Duas leitoras do blog, a Ana Carla de Brasília/DF e a Juliana de Vitória/ES, me escreveram perguntando sobre ervas e temperos que costumo utilizar em casa. As duas são casadas a pouco tempo e querem saber um pouco mais sobre que ervas devem comprar para aproveitar e utilizar da forma correta.
A Juliana ainda contou uma história bem engraçada: "...quando resolvi utilizar curry pela primeira vez, achei que quanto mais colocasse mais amarelinho ficaria meu prato. Realmente, consegui o que queria, coloquei metade do pacote, mas só depois fui me tocar, quando ninguém conseguiu comer o prato que eu preparei, é que me confundi pois na realidade eu queria comprar açafrão e não curry, mas aí já viu né, os dois amarelinhos, a empolgação...e deu tudo errado...risos".
E para tentar ajudar tanto a Ana quanto a Juliana, fiz uma listinha de ervas e temperos que tenho em casa e vou explicar de forma bem simples para que fim podemos utilizá-las. Prontas para encher a cozinha de vocês com mais sabores e aromas???
1. Alecrim:
Costumo utilizar tanto fresco quanto o seco. Ervas frescas, se você tiver no quintal da sua casa sempre serão a melhor opção, no entanto eu moro em apartamento, e o cultivo se torna bem inviável já que não tenho espaço, por isso, sem problema algum, opto pelas secas e desidratadas.
Utilizo o alecrim para carne de gado, porco, peixe e também em preparações com batatas e mandioca. Não abuse da quantidade pois o mesmo possui um sabor marcante e forte.
2. Açafrão ou cúrcuma:
O açafrão original é extraído dos estigmas de uma variedade de flor da família das Iridáceas. É um dos temperos mais caros do mundo e portanto em algumas partes do país, bem difícil de ser encontrado.
Aqui no Brasil, utilizamos o açafrão-da-terra ou cúrcuma que é uma planta da família do gengibre, que também é a base para outro tempero, o curry. Costumo utilizar este tempero principalmente no preparo de risotos, frango e qualquer tipo de arroz.
3. Canela:
Apesar da bichinha me dar uma dor de cabeça danada, costumo utilizar em pratos doces como: arroz doce, bolos, tortas, chás, etc. Em casa sempre tenho em pau e em pó.
4. Chimi-Churri:
Tempero tradicional da Argentina que tem conquistado cada vez mais adeptos. É uma mistura de diversos temperos secos e desidratados como: salsinha, alho, tomilho, orégano, pimenta vermelha, pimenta do reino, pimentão, louro, mostarda e salsão. Toda esta mistura irá virar um molho se for acrescido de vinagre e azeite.
Costumo utilizar muito no preparo de carnes vermelhas, mas também deve ser consumido com moderação. Experimente fazer o molhinho e comer junto com um churrasco, fica uma delícia.
5. Colorau ou Colorífico:
Condimento preparado a base da semente do urucum, que é o fruto da árvore urucuzeiro. As sementes de tom bem avermelhado são muito utilizadas pelos índios para a pintura de seus corpos, bem como para tingir suas roupas.
Na culinária é utilizada basicamente para dar cor aos alimentos uma vez que não possui um sabor característico. Eu utilizo sempre no preparo de frangos. Como não suporto frango com cara de anêmico, uma colher de chá deste mágico temperinho, deixa o franguinho com uma cara mais saudável.
6. Cominho em pó:
Semente de origem asiática, mais facilmente encontrada na forma de pó. Muito utilizada em preparo de comidas baianas. De sabor forte e marcante deve ser utilizada com moderação. É amada por uns e odiada por outros.
Em casa utilizo tanto na preparação de carnes vermelhas para ensopados, assados e até mesmo em sopas e molhos. Experimente também colocar um pouquinho de cominho em um refogado de repolho, tenho certeza que irá amar.
7. Cravo da índia:
O que utilizamos como cravo, é na verdade o botão de uma flor nativa da Indonésia, porém já produzida em outros lugares do mundo.
Na preparação de caldos, o sabor do cravo faz toda a diferença, e por isso a dica de se espetar alguns cravinhos em cebola é ideal. Também faço uso em preparações de sobremesas como sagú e em bebidas como vinho quente e quentão.
8. Curry ou Caril:
É uma mistura de especiarias muito utilizada na culinária asiática. Composta dentro outros ingredientes por: açafrão, cardamomo, coentro, gengibre, noz-moscada, pimenta, cominho e canela.
Eu particularmente tenho adoração por curry e tem um sabor que me remete a infância. Um dos meus molhos prediletos para acompanhar um bom fondue é o feito a base de curry. Além desta preparação, utilizo para temperar frango e carnes vermelhas, em ensopados de legumes e também em arroz e risottos.
9. Erva-doce (em semente):
De sabor e aroma fortes, a erva-doce é muito comum na preparação de chás e bolos. Confesso que certa vez utilizei em uma receita salgada, que era feita com linguiça, porém ao meu paladar ficou bem esquisito.
10. Gengibre:
Apesar de não ser uma erva e sim uma raiz, eu o considero como um tempero e dos bons e também é muito utilizado na culinária asiática. Só não o utilizei ainda em molhos, de resto garanto que já preparei de todos os modos. Sopa em casa? Tem que ter gengibre. Frango assado? Sempre com gengibre. Confesso que até picadinho misturado com arroz e feijão fica uma delícia. E ele em conserva é simplesmente maravilhoso.
11. Lemon & Pepper:
Uma mistura de raspas de limão siciliano e haiti com pimenta do reino branca e preta, este é o lemon & pepper. Em casa utilizo muito desta mistura para o preparo de peixes, e por se tratar de um tempero com gosto forte de limão, apenas ele, azeite e sal já conferem ao seu prato um sabor único.
12. Louro:
Muito utilizado na medicina popular para males do estômago e cólicas menstruais, o louro é uma árvore de origem Mediterrânea, de folhas vistosas e muito perfumadas. Apesar de adorar o sabor do mesmo, confesso que ele em excesso também me confere uma grande dor de cabeça, por isso utilizo com muita parcimônia.
Não preciso nem dizer que o fresco tem um sabor muito mais acentuado que o seco, porém, como a duração dele não é muito grande, opto por sempre ter o seco em casa e utilizo principalmente no preparo de carnes de porco, feijão e arroz.
13. Manjericão:
Muito tradicional na culinária italiana, esta erva possui um aroma inigualável e um sabor bem acentuado que deve ser sempre utilizada na preparação de molhos. É um dos ingredientes base do famoso molho ao pesto, e para tanto é necessário utilizar as folhas in natura. Ele seco poderá ser utilizado também em pães, massas e carnes.
14. Noz-Moscada:
Na lista de top 10 dos ingredientes que não podem faltar na minha casa, a noz-moscada reina em absoluto. Não consigo imaginar molho branco e um purê de batata sem este delicioso e perfumado ingrediente. Mas tome cuidado, reza a lenda que ela em excesso pode ter efeitos alucinógenos. Não utilize mais do que 5 gramas por dia senão vai ficar doidona...hehehe.
15. Orégano:
É a mais comum das ervas utilizadas aqui no Brasil. Porque afinal, você imagina pizza sem orégano? Eu não imagino isso e muito mais. E além de ser deliciosa possui propriedades antioxidantes e antimicrobiana. Faço a utilização desta erva em diversos pratos: saladas, molhos, carnes, frangos, mas confesso que com peixe eu acho que fica bem estranho.
16. Páprica Picante:
É feito de pimentão que depois de seco é moído e se torna este condimento. O que diferencia a páprica picante da doce (eu gosto mais da picante por isso nem tenho da outra em casa), é uma substância chamada capsaicina, que varia de acordo com a qualidade do pimentão e que faz, quanto maior for sua concentração, mais ardor terá a páprica.
Gosto muito do sabor da páprica em ensopados e preparações com carne de porco. Além de ajudar na coloração de alimentos, uma vez que ela é vermelhinha.
17. Pimenta Calabresa:
A tradicional é feita a base de pimenta aji seca. Porém no Brasil a sua forma mais tradicional é a da pimenta dedo-de-moça. Eu sou doida por essa pimenta. Como não utilizo pimenta do reino (a não ser a do lemon & pepper) substituo utilizando por esta, e coloco em todo e qualquer prato. Ela é mais ardidinha que a do reino, então também deve ser usada com cuidado.
18. Pimenta Síria:
Também conhecido como Bahar. Mix dos seguintes condimentos: pimenta do reino preta e branca, pimenta da jamaica, canela, cravo e noz-moscada. Em qualquer preparação da culinária árabe, este tempero é imprescindível. Uso muito para temperar quibes, e depois que aprendi a utilizá-lo, não deixo de fazer nunca, porque o sabor do prato fica muito mais gostoso.
Bom pessoal, é isto. Uma pequena explicação do que tenho em casa e não deixo nunca acabar. Claro que existe muito mais por trás da história de cada uma destas maravilhas, mas procurei ser bem objetiva. A fonte das pesquisas foi a internet em diversos sites. Se você por ventura tiver alguma dúvida, é só me escrever ok? fla.artenacozinha@gmail.com. Espero que o post tenha sido útil para a Juliana, para a Ana, bem como para todos os demais leitores deste humilde cantinho.
Peço desculpas pela ausência do blog de vocês, mas estou perto da entrega de algumas obrigações fiscais na empresa e isto está me tomando muito tempo. Em breve voltarei a ativa.
Beijos e até mais,
Fla.