sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Salada caprese com pesto rústico e uma reflexão


Não sou a pessoa mais radical do mundo em relação a comida e nem levanto a bandeira do "abaixo a gordura", "diga não ao malvado do glúten" e "viva uma vida fitness". Tenho sérios problemas em relação ao meu peso e luto contra eles desde que me entendo por gente. Eu AMO comer, e como muito, o que é feio admitir mas é um fato, mas isso não significa que não penso no que como, ou no porque prefiro fazer o que como.

Ao longo dos anos, enquanto fui adquirindo cada vez mais amor pela culinária, fui trocando o prazer do disk pizza, pelo prazer de preparar minha própria pizza. E confesso que apesar de ainda gostar muito de sair para comer, hoje eu penso bastante no que estou indo comer. Adoro provar novos pratos, sabores e lugares, mas hoje em dia, até pela questão do custo que isso envolve, eu escolho bem os lugares que frequento. Nem o lanche da lanchonete do palhaço, que eu vergonhosamente e assumidamente adoro, me tira de casa se eu tenho a possibilidade de fazer a minha própria versão caseirinha.

Costumo dizer que entre tantas pessoas que fazem parte do meu círculo de amizades - tirando obviamente as amigas que fiz através do blog e que compartilham da mesma paixão - eu sou literalmente um ET. Dificilmente recebo olhares que não os de estranheza e espanto, quando digo que passei meu sábado fazendo massa de macarrão ou preparando 6 litros de molho caseiro de tomate.

A estranheza do outro diante das minhas atitudes é que me causa espanto... o que esse povo come então? Ou onde essa gente come? E ainda, o porque cozinhar não pode ser divertido e prazeroso? Porque isso passou a ser um martírio para a grande maioria das pessoas?

Nós passamos a depender cada vez mais da comida industrializada, dos deliverys da vida e da praticidade que os acompanha. Perdemos o tempo que um dia houve para almoçarmos em casa e trocamos a janta por um copo de shake porque precisamos perder peso. Assistimos ao jornal enquanto estamos jantando e temos pressa em finalizar logo a refeição para que os filhos possam fazer sua lição e ainda lhes restar tempo para jogar um vídeo game ou brincar no computador.

Acho que nos perdemos em algum lugar do passado onde se comia em casa todos os dias e o que era preparado por nós,. A comida era simples mas as refeições eram sempre feitas à mesa em torno de uma conversa sobre "como foi o seu dia?", e comer fora era sempre um evento muitas vezes a ser comemorado e esperado. Ninguém tomava lanche na janta para substituir a refeição. O feijão era aquele que tinha acabado de ser preparado e não o descongelado. O refrigerante só era aberto aos domingos. A sobremesa era um cacho de uva e só no final de semana estava liberada a gelatina colorida ou o manjar de coco.

Invertemos alguns valores e quando retomamos a busca para encontrá-los novamente os olhares ao redor, da grande maioria das pessoas, são os de reprovação, e aí eu fico me perguntando: e eu que sou o ET???

Ingredientes:

Salada:

- 3 tomates grandes maduros fatiados (prefiro usar o débora ou carmem)
- 3 bolas grandes de muçarela de búfala fatiadas (se puder e encontrar, utilize queijo de cabra)
- folhas de manjericão (mais ou menos 30)

Pesto rústico:

- 1 dente de alho
- 1/4 xícara de castanha de caju (pode trocar por pinoli ou nozes)
- 1/2 xícara chá de folhas de manjericão
- 3/4 xícara chá de azeite extra virgem
- 1/4 xícara de parmesão ralado
- 1/2 col. café de sal
- pimenta do reino à gosto

Preparo:

Pesto rústico:

- Em um pilão coloque o alho e o sal e bata até virar uma pastinha;
- Adicione as folhas de manjericão e bata mais uma vez até que fiquem trituradas;
- Coloque as castanhas e bata até que fiquem quebradas em pedaços pequenos, mas não esfarelando;
- Some o azeite, o parmesão e a pimenta do reino e mexa bem;
- Corrija o sal se necessário.

Montagem:

- Coloque cerca de 1 col. de chá do pesto no fundo do prato;
- Intercale da seguinte forma: 1 fatia de tomate, 1 fatia de queijo, 2 folhas de manjericão e repita até formar 3 camadas e finalize com uma de tomate;
- Por cima despeje cerca de 1 col. de sobremesa de pesto e decore com as folhas de manjericão;
- Se desejar, decore com gotas de creme de balsâmico e mais um pedaço de queijo no prato;
- Você também pode, caso não queira montar em torre, colocar as fatias deitadas e sobrepostas.

Observação: Caso não possua um pilão, você pode fazer o molho no processador ou liquidificador. 

Rendimento: 6 porções ou torres como a da foto;
Tempo de preparo: 30 minutos;
Grau de dificuldade: Fácil




Um ótimo final de semana!
Beijos,
Fla.

5 comentários:

  1. na minha opinião levantar bandeira não é a solução, o relevante é estar atento ao que come, como come, sentir prazer no comer, no preparo da sua própria comida, cozinha do amor, simples assim. seu pesto deve ter ficado sensacional, beijos

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  2. Concordo muito com o que disse. As pessoas estão invertendo valores e comendo cada vez mais fora de casa. Quem sofre é a criançada de hoje em dia que está cada vez mais engordando e perdendo o que há de mais rico, nutricionalmente falando.
    Adoro seu blog!
    Abraço,
    Carina
    Peruíbe/SP

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  3. Amiga, não penso que é feio admitir que ama comer e come muito! Eu também amo comer e como muito, a diferença é que o meu metabolismo é "the flash" e o que como queimo rapidinho.
    Nada substitui uma refeição caseira, pois vai desde a escolha da matéria prima ao cuidado com a higiene, coisas que nem sempre existe em restaurantes.
    Felizmente aqui na Itália não passo por esses problemas, pois aqui todo mundo ama cozinhar, fazer massas, molhos, conservas... e quando falo que passei o dia cozinhando as pessoas passam a admirar-me :)
    Você não é nenhum ET, e se dissesse o contrário estaria dizendo que eu também sou um - hehehehe!
    Sobre a receita, achei que essa salada caprese ficou com uma apresentação linda e o pesto combinou perfeitamente!
    Bjim
    Léia

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  4. Sabe que eu penso a mesma coisa, me sinto ET dentro do meu círculo de pessoas conhecidas, sou a única que gosta de cozinhar, de falar sobre comida, conhecer mais.
    Mas eu reparo nos outros carrinhos no mercado para ter uma ideia do que as pessoas comem, só vejo nuggets, pizza congelada, iogurte de bandeja, miojo... deve ser basicamente isto que comem, tudo que pode ser aquecido em 15min.
    Confesso que às vezes cozinhar todos os dias é chato pra burro, tenho mais preguiça da louça, panelas que vou sujar - e terei que limpar, e apelo para delivery, lanchonete do palhaço, sanduíche.
    A saladinha ficou com ótimo aspecto e queijo de cabra é tudo de bom!
    biejos

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  5. o/
    Mais um aqui que se sente um ET!
    Fazemos o que gostamos e ainda saímos ganhando com isso: ganhando em sabor, em qualidade, em saúde.
    Convencer os outros a fazer o mesmo é impossível, todos vão pela praticidade, levados pela comodidade e até pela preguiça. Uma vez eu li uma frase que dizia algo do tipo: se você não cuida da sua saúde agora por falta de tempo, dinheiro ou paciência, vai ter que ter tempo, dinheiro e paciência pra cuidar das suas doenças depois.

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